Drones no combate à dengue ajudam a reduzir em 98% os casos em Mogi
Com o apoio de drones para mapear focos do mosquito, equipes já trataram 50 mil litros de água parada e aplicaram larvicida em mais de 10 bairros de Mogi.

Em dois meses, a operação com drones para tratamento químico de grandes reservatórios de água e locais de difícil acesso no combate ao mosquito Aedes aegypti já atuou em cerca de 100 imóveis, distribuídos em mais 10 bairros de Mogi das Cruzes. Nesta quarta-feira (23/07), às 9 horas, a ação terá continuidade, na Rua João Miranda de Melo, no Mogi Moderno. As ações contra a dengue apresentam resultados positivos neste ano, com diminuição de casos da doença no comparativo com igual período de 2024. Segundo o levantamento do Painel de Arboviroses da Secretaria de Estado da Saúde, de janeiro até julho, os casos confirmados da doença caíram de 15.763 no ano passado para 243 em 2025 - redução de mais de 98%.
O trabalho preventivo com drones contra a dengue começou pela Vila Suíssa, no último dia 16 de maio, e percorreu também os bairros da Vila Cintra, Vila Oliveira, Parque Olímpico, Conjunto Santo Ângelo, Ponte Grande, Jardim Ivete, Jardim Camila, Jardim Natal, Jardim Universo, Vila Jundiaí.
Segundo a Diretoria de Vigilância em Saúde, da Prefeitura de Mogi das Cruzes, os locais com maior número de criadouros do mosquito são Vila Oliveira, Vila Natal e Mogi Moderno. Ao todo, já foram tratados mais de 50 mil litros de água parada, com aplicação de larvicida.
O equipamento utilizado para os sobrevoos das áreas é um drone originalmente usado na agricultura, com capacidade para 8 litros de larvicida biológico altamente eficaz contra larvas de mosquitos e borrachudos transmissores das mais graves doenças e sem riscos para a saúde humana. São quatro pulverizadores (um em cada haste), com apoio operacional de outro drone que indica os locais e áreas de risco.
O principal objetivo da ação é promover o controle de larvas do Aedes aegypti para reduzir os níveis de infestação, com foco nas áreas com maior incidência de casos de dengue, zika e chikungunya.
O trabalho reforça o compromisso com a saúde pública e a proteção da população, aliado às demais ações de controle do mosquito em andamento na cidade. Desde o início do ano, são entregues repelentes para gestantes em acompanhamento pré-natal em Mogi das Cruzes. Também houve reforço das brigadas que atuam nos cerca de 500 prédios municipais e foi implantado o Zap Dengue, um canal disponível para denúncias e informações sobre a dengue. O número para acessar o serviço é (11) 99918-6070.
Até o momento, Mogi das Cruzes registrou 243 casos positivos de dengue e nenhum óbito neste ano. A vacinação prossegue dentro da rotina e é destinada para crianças e adolescentes de 10 e 14 anos. Está disponível em qualquer posto de saúde ou unidade do Programa Saúde da Família de segunda a sexta-feira, das 8 às 16h30, ou até as 18h30 nas unidades que mantém horário estendido (UBSs Alto do Ipiranga, Braz Cubas, Jundiapeba, Vila Suíssa, Santa Tereza, Jardim Camila e ESF Nova Jundiapeba).
Além da diminuição de 98% nos casos de dengue incidência da dengue também passou de 3.463,5 para 53,4 casos por 100 mil habitantes, no comparativo do primeiro semestre do ano passado com o mesmo período de 2025. O número de óbitos, que em 2024 chegou a 16, foi completamente zerado este ano.
Em 2024, o pico da epidemia foi registrado na segunda semana de abril, com mais de 1.400 casos em apenas sete dias. Em 2025, o maior número semanal não passou de 25 casos, na primeira semana do mesmo mês.
Para a secretária municipal de Saúde e Bem-Estar, Rebeca Barufi, os números demonstram o impacto positivo da mobilização conjunta do poder público e da população. “Mogi das Cruzes deu uma resposta firme e eficaz à dengue, com medidas integradas e o envolvimento de diversos setores. Essa redução expressiva nos casos mostra que o trabalho coletivo salva vidas”, destaca.
O diretor da Vigilância em Saúde da Prefeitura, Jefferson Leite, reforça a importância da continuidade das ações de prevenção. “A dengue é uma doença sazonal e cíclica. Por isso, mesmo com a queda nos casos, a atenção deve ser permanente, tanto por parte do poder público quanto da população, que precisa eliminar possíveis criadouros em casa”, alerta.
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